Capítulo 3
É o segundo dia que estou aqui. No dia anterior, Vivian me mostrou um depósito de armas e um espaço para treinar que fica no antigo porão. Ensinaram-me como atirar, mesmo não servindo para muita coisa, pois me disseram que não mata nenhum anjo ou demônio e, aprendi também a manejar espadas.
Agora estou numa sala, que mais parece uma biblioteca, com outros dois novatos e David, um Nephilim mais experiente. Ele tinha pele negra e mais ou menos 22 anos. Foi um dos primeiros a se juntar a Brian. Ele seria nosso instrutor em algo que ajudaria em nossa proteção.
-Vocês aprenderão agora como utilizar uma das mais poderosas ferramentas para nossa sobrevivência: o alfabeto enoquiano.
-Alfabeto enoquiano?-perguntou um dos novatos que parecia ter 16 anos.
-Sim. É o alfabeto utilizado pelos anjos. Ele tem várias utilidades, não é como o alfabeto dos humanos, por exemplo. Com ele, podemos fazer praticamente qualquer coisa. Vou lhes dar um exemplo: vocês estão fugindo de um demônio que quer um objeto que vocês têm na mão a todo custo. Vocês podem desenhar a palavra correta, por exemplo, "desaparecer" em enoquiano no objeto e, pensar com toda força que o objeto desaparece.
-Sério? – perguntou um jovem extasiado.
-Não é uma coisa fácil de se fazer. Exige muita prática.
-Mas não tem só que escrever e pensar? – perguntou um outro garoto.
-Sim, só tem que escrever e pensar. O problema é que tem que pensar somente naquilo que você quer que aconteça, não pode pensar em mais nada, o que é bem difícil. – David explicou, depois se levantou e pegou alguns papéis e distribuiu. Haviam vários símbolos nos papéis. Três deles eu já havia visto em algum lugar, mas não me lembrava onde.
Tivemos que memorizar aqueles símbolos e treinar a escrita. Quando começamos a pegar o jeito, ele nos mandou tentar usar em forma de magia, como ficar invisível, abrir fechaduras ou até levitar objetos.
Depois de algum tempo treinando, eu consegui usar as palavras com perfeição em algumas vezes. David disse que era raro um novato conseguir perfeição na primeira vez que usava o alfabeto enoquiano. Fizemos uma pausa para jantar. Fui para o quintal e ajudei a levar a grande mesa e as cadeiras para fora. Quando fui avisar ao pessoal da sala de estar que o jantar estava servido, percebi que havia uma confusão entre Brian, que estava ao lado com dois garotos equipados com espadas, armas, coletes, entre outras coisas, enquanto Vivian e um outro garoto, que se chamava Mathew, estavam falando algo sobre uma busca.
-Você não tem que ir atrás dessa coisa! – gritou Mathew.
-Não podemos deixar que nossos inimigos achem antes de nós. – Brian disse com calma, de um modo superior.
-Vocês vão ser massacrados! Aquilo vai estar infestado de demônios e de anjos! – exclamou Vivian.
-Sem conversa. Eu vou! Peter e Jason já concordaram em ir comigo. – falou Brian, saindo da sala seguido por Peter e Jason. Todos que restaram na sala, permaneceram em silêncio. Alguns nem foram jantar.
Quando a maioria saiu da sala, chamei Vivian à biblioteca e perguntei o que havia acontecido.
-É que um objeto muito perigoso “caiu” na Terra. – me disse enquanto olhava um livro.
-Que objeto é esse?
Ela fechou o livro, olhou pra mim e começou a falar:
-Quando Deus ganhou de Lúcifer e seus anjos, ele retirou parte de sua energia angelical e sua graça e, guardou no paraíso, assim, uma grande parte da força de Lúcifer estaria protegida, com isso ele não poderia se revoltar contra Deus novamente. No dia que você foi salvo pelo Brian, ele estava voltando de uma missão, na qual um demônio deixou passar a informação que este objeto estava na Terra.
-Como isso parou aqui?
-O que estão dizendo, é que um dos anjos fiéis a Lúcifer, conseguiu, de alguma maneira, enganar a todos no céu e roubar esse objeto, porém na fuga ele o deixou cair.
-Entendi. Mas, qual é o formato dessa “graça”?
-Esse é o problema: ninguém sabe. Pode ser qualquer coisa. – respondeu Vivian, com um desespero no olhar. Fiquei sem ação. Então, ela se levantou e fez sinal para que eu a seguisse.
Ela me levou ao local onde antes estavam as mesas do jantar e, que agora estava com um grupo de pessoas trinando com os mais diversos tipos de armas.
-Você vai treinar agora? – perguntei incrédulo.
-É o melhor jeito de esquecer esse assunto. – respondeu ela, agora com raiva ao invés de desespero no olhar. Ela se afastou, pegando uma arma e, eu fui em direção a Raphael, o treinador de armas. Ele falava com um novato recém-chegado, que, durante o jantar descobri que se chamava Andrew. Percebendo minha aproximação, Raphael perguntou com bom humor:
-E aí Jared, pronto para praticar?
-Estou, mas ainda não sei qual arma usar.
Ele pediu então que eu fosse com ele à uma área onde ficavam armazenadas algumas armas brancas, que ele havia trazido do porão. Testamos várias armas, como no dia anterior, até que achei uma espada embaixo de uma pilha de outras armas que me chamou atenção. O cabo dessa, era enrolado com fitas brancas e, em sua lâmina havia várias inscrições em enoquiano. A contemplei e percebi que se ajustava perfeitamente à minha mão. Voltei a olhar em volta e encontrei uma espada idêntica àquela que eu havia encontrado anteriormente, a diferença, é que nessa, a fita era preta. Resolvi ficar com as duas. Quando Raphael viu minha escolha, ele disse:
-Essa é uma excelente arma. Elas se juntam, dobrando sua potência. – ele pegou as espadas da minha mão e colocou os cabos um de frente ao outro e, falou algumas palavras. No mesmo instante os cabos se juntaram e as fitas se enrolaram.
-Como você fez isso? – perguntei extasiado.
-Apenas falei “orgonpalundor” que é fixar, em enoquiano, e os cabos se unem.
-Por que ninguém a usa?
Ele respirou fundo e de repente pareceu que seu bom humor havia sumido.
-Era a espada do primeiro líder. Ele quem criou o grupo.
-O que aconteceu com ele?
-Ele morreu em uma luta que teve entre nós, os anjos e os demônios. Naquele dia morreram mais de dez amigos nossos. Ele entregou a espada a Brian, que foi um dos únicos que conseguiram escapar, e passou o posto para ele.
-Se ele deu a espada para Brian, porque ele não usa?
-Ela não se encaixou perfeitamente para ele. Só tinha visto Damon usá-la perfeitamente até hoje.
-Como assim?
-Ela pesa mais que aparenta, só para eu conseguir mantê-la, como agora, já está sendo bem difícil. – ele falou com seu bom humor de volta. Entregou-me as espadas, mas para mim, elas não pareciam tão pesadas.
Ele me levou para treinar no pátio, me colocando para praticar com Andrew. As espadas eram excelentes tanto para ataque como para defesa. Com a ajuda de Raphael aprendi muitos golpes e formas de se defender muito práticas tanto com elas separadas quantos juntas.
Após ficar mais de uma hora treinando todos pararam para descansar. Como acabei de treinar, fui tomar um banho. Precisei pegar uma roupa emprestada com Dawne, o outro novato. Já que não tinha trazido nada comigo. Fui me deitar no quarto que tenho estado. Assim que me deitei, entraram Dawne e Andrew discutindo sobre a confusão ocorrida mais cedo. Dawne falou alto:
-Não sei qual o problema de ele querer sair para nos ajudar.
-Aquela menina falou que era perigoso.
-Mas é para nos ajudar! Aliás, toda hora sai alguém.
-Mas... – na hora que Andrew ia falar algo eu o interrompi dizendo:
-Parem de discutir por isso. Vão dormir, esse assunto é para os mais experientes. – eles se calaram, mas não estavam satisfeitos. Fiquei deitado pensando no que o dia de amanhã me proporcionaria. Com certeza, eu não tinha idéia.
simplismente a cada dia melhor!!!!!
ResponderExcluircontinuem assim!!!
Muito bom um melhor que o outro!
ResponderExcluirNem sei qual e o melhor.
Só sei que eu quero ler o PROXIMO!
Cara os capitulos de nephilm estão muito bom mesmo e não podem parar e que voces continuem assim
ResponderExcluir