" O escritor é um homem que mais do que qualquer outro tem dificuldade para escrever" (Thomas Mann)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Nephilim - Prefácio

“Quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas, os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram belas, e escolheram esposas entre eles.” Gênese 6-1



“Naquele tempo viviam gigantes na terra, como também daí por diante, quando os filhos de Deus se uniam às filhas dos homens e elas geravam filhos. Estes são os heróis, tão afamados nos tempos antigos.” Gênese 6- 4

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------


Estava em minha sala, na Maternidade de SAINT’ANNA, me preparando para ir embora, quando meu bip tocou “Emergência”. É sempre assim, quando pensamos que estamos livres aparece um problema. Estranhei, pois não havia nada marcado para este final de semana, então, liguei para a recepção:

− Karlla, aqui é o Dr. Gabriel. Aconteceu algum problema?

− Ah Doutor − respondeu Karlla, um pouco preocupada − Chegou uma jovem aqui, mais ou menos uns 19 anos, em trabalho de parto. Ela não parecia nada bem e, Gabriel, você é o único obstetra livre no momento.

− Tudo bem. Qual é a sala?

− 118

− Obrigada − desliguei o telefone e me dirigi rapidamente à sala de cirurgia.

Antes de chegar, me lavei e me aprontei para o parto. Quando cheguei, toda minha equipe já estava a postos e a jovem, na mesa de cirurgia.

− Doutor, é melhor se apressar, ela está delirando e sua temperatura e pressão estão aumentando rapidamente.

Entrei na sala e tentei acalmá-la.

− Meu Anjo está vindo, meu Anjo... − era o que ela sussurrava incessantemente.

Comecei os procedimentos. A anestesia parecia não fazer efeito, ela começou a fazer força e a se contorcer de uns jeitos bem estranhos. Quando parecia que o bebê estava a caminho uma forte luz saiu de dentro dela fazendo com que dois assistentes caíssem, de repente um som ensurdecedor como se a água de mil rios batessem contra as rochas podia ser ouvido por todo hospital.

A princípio eu não sabia o que fazer, mas aos poucos a luz foi enfraquecendo e retomei a razão. Esperei alguns segundos e fui continuar o parto, afinal, não poderia abandonar aquela jovem.

Após alguns minutos, a criança nasceu. Um dos meus assistentes, que conseguiu se manter bem, apesar de toda aquela loucura cortou o cordão umbilical e, eu pude levar o bebê para que sua mãe pudesse vê-lo.

Disse a jovem que era um belo menino e, ela sorriu docemente – Jared – disse, esticando os braços para segurá-lo. Infelizmente ela não tinha forças, por isso, fiquei algum tempo em pé ao lado dela para que ela pudesse curtir um pouco seu filho. Ao mesmo tempo, parei para observar o bebê: ele tinha a pele clara, e seus poucos cabelos eram bem escuros. Um contraste gritante em relação a sua pele. Ele também parecia um pouco maior do que uma criança normal e, mais pesado também.

Avisei a mulher que levaria o menino ao berçário para procedimentos de rotina e, que mais tarde, ela poderia vê-lo de novo. Mas, quando observei melhor, vi que era tarde: seu coração havia parado. Não pude perceber antes, porque, com o evento acontecido durante o parto, todos os aparelhos foram danificados. Como não havia nada a ser feito, fechei seus olhos e segui com o bebê para os procedimentos normais.

---

Estava olhando para o bebê, pela vidraça do berçário, quando a diretora da maternidade, chegou me perguntando com autoridade:

-Pode me dizer o que aconteceu aqui?

-Realmente não quero falar sobre isso -respondi, de forma até um pouco rude.

-Gabriel, não sou só sua chefe, sou também sua amiga, então me diga, por favor, o que aconteceu aqui. Tenho dois enfermeiros praticamente cegos e um, ao que tudo indica, louco - ela estava se esforçando muito para não gritar. Respirei fundo:

-Não estou preocupado com isso. Temos pessoal que pode cuidar deles. O que me preocupa é o que vai acontecer com ele - falei olhando fixamente para a criança –Descobriram quem é o pai e a identidade da mãe?- continuei.

-Não sabemos nada sobre o pai, não há nenhum indício, não há maneira alguma de descobrir. Já sobre a mãe, sabemos que se chamava Rachel. Ela se identificou na recepção.

-Com a mãe morta e o pai desconhecido, quer dizer que ele vai para um centro de adoção?

-É claro que sim. Você conhece os procedimentos, não sei porque está perguntando. - ela esperou que eu dissesse algo, mas como permaneci quieto, ela continuou. – Caso não apareça nenhum parente dentro de um mês, pode-se fazer a adoção.

-Eu sei. – me afastei e peguei o telefone.

8 comentários:

  1. Show quero saber da outra parte hahahaha...

    ResponderExcluir
  2. Nossa, muito bom. E a continuação? Ficou um gostinho de quero mais.

    ResponderExcluir
  3. Ta ficando bonzão...
    Espero o resto da historia.

    ResponderExcluir
  4. O restante da história será postado semanalmente! =D Confiram!

    ResponderExcluir
  5. Ta muito show,espero para saber mais sobre essa historia.
    sejaõ rapidos!

    ResponderExcluir
  6. Amei d+ o blog de vocês!!! muito show! Estão de parabéns! Tomará que vocês possam revelar novos talentos!!! Tudo de bom para vocês!!

    ResponderExcluir
  7. ta legal, mas vai vai quero ler o resto :]

    ResponderExcluir